Ainda sinto a falta...
Pela madrugada, lá andava a minha avó, alvoraçada a preparar
o pão para toda a família. Ainda mal tinha nascido o sol, já a massa esperava a
sua vez para entrar na caverna de tijolos.
Como por magia, o pão começava a crescer como um balão e
soltava um cheiro agradável em que até se sentia o sabor na imaginação.
Logo de seguida entrava um corrupio de tabuleiros de barro,
com várias especialidades.
Este ia ser um dia importante, para as memórias ficarem
carregadas de sabores e risadas.
Aos poucos, a família ia chegando, e começavam as trocas dos
beijos, dos abraços e dos sorrisos, uns mais soltos, outros mais escondidos, e
muitas palavras de satisfação inundadas de ternura.
A mesa ia enchendo de tudo, fazendo parecer uma mesa dos
reis.
O vinho ficava quase sempre aos pés do meu tio, o mais
atento aos copos vazios, pois não vá alguém ficar com a garganta seca.
E lá estávamos nós: comendo e ouvindo piadas, notícias da
família, memórias divertidas, em que tudo era servido ao almoço....
E, no final, vinha sempre o melhor doce da tia e a
tradicional sobremesa da avó.
Era assim, mais uma refeição em família, sempre tão simples
e cheio de encanto.
Esta história é igual a muitas outras, pois este espírito de
família portuguesa, está presente.
Aqui, em “Histórias à mesa”, este espírito permanece, desde
o sabor ao convívio que nos faz viajar nas memórias 😉
(texto e fotografias da autoria de Pedro Lima, Criador do Projeto Histórias à Mesa)
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