“Moa numa picadora 30 dentes de alho sem pele e 3 rodelas de limão. Deite a massa resultante num litro de água e leve ao lume até levantar fervura. Depois de arrefecer, filtre a mistura e coloque-a numa garrafa. Beba todos os dias um cálice deste líquido, duas horas antes, ou duas horas após a principal refeição.
Faça isto ininterruptamente
durante três semanas, depois descanse uma semana e recomece até esvaziar a
garrafa. Recomenda-se este processo curativo, duas vezes por ano. Trata-se de
um remédio barato e de fácil preparação, muito eficaz para evitar a
esclerose e limpar os vasos sanguíneos.”
Traduzi esta pequena receita de um antigo boletim
esperantista denominado “Esperanta Vegetarano” e estou a “vendê-la”, em
tradução livre, pelo preço que a comprei.
Falo do Allium sativum L, planta da família das Aliáceas (liliáceas), conhecida por toda a gente desde remotas eras, quer como condimento alimentar, quer como medicamento.
Crê-se que o alho é nativo das regiões semi-desérticas da
Ásia Central e que devido ao seu fácil cultivo e adaptabilidade, tanto nos
climas temperados, como nos climas quentes, se expandiu rapidamente. Os
primeiros escritos sobre o alho datam de 3 mil anos antes de Cristo e referem
já as suas extraordinárias propriedades como remédio e revigorante natural.
Consta-se que os construtores das pirâmides egípcias comiam, de vez em quando,
em dente de alho para obter as forças necessárias às suas exigentes tarefas.
Com efeito, esta bolbosa vivaz, de folhas longas e estreitas, contém 33 compostos sulfurosos, 17 aminoácidos, preciosos sais minerais, como o zinco, o fósforo, o silício, o cálcio, o cobre, o ferro, o iodo, o selénio, o magnésio e o potássio, pró-vitamina A, vitaminas PP, B1, B2 e C e uma média de 135 calorias por cada 100 g. A alicina é o principal produto activo da essência sulfurada e, sendo volátil, determina uma potente ação anti-séptica, mesmo à distância.
As propriedades fitoterápicas do alho (refiro-me só às
cientificamente reconhecidas, porque as investigações prosseguem) são tantas
que quase não chegaria uma página de jornal para as englobar. Mencionemos
algumas: anti-microbiana, antibiótica, anti-inflamatória, antiasmática,
antioxidante, protetora cardiovascular, carminativa, depurativa do sangue,
diurética, emoliente, expectorante, febrífuga, sudorífera, vermífuga, inibidora
do mau colesterol e dos triglicéridos, anti-reumática, anti-diabética,
calicida, …
Daqui se conclui que o alho serve para quase tudo e não valerá a pena estender o extenso rol de enfermidades em que ele atua, sob as mais variadas maneiras e processos. Podemos utilizá-lo em pó, em cápsulas de óleo revestidas de gelatina, em unguentos, em decocção, em maceração, em tintura, em xarope, em inalações, em fricções, etc. Aponte-se, não obstante, algumas contra-indicações, nomeadamente, o de não poder ser usado em lactantes, recém-nascidos, pessoas com baixa pressão arterial, com problemas estomacais (úlceras), com dermatoses, ou com hipertiroidismo.
Como dados mais importantes, importa reter que o alho aumenta
a longevidade, favorece o funcionamento do sistema imunológico e reduz os
riscos de enfarte.
E ainda temos o uso do alho para fins culinários que nem me
atrevo a pormenorizar, tantos eles são.
O maior problema causado pela ingestão do alho cru parece ser o desagradável hálito que provoca. Tinha um amigo que todos os dias comia, em jejum, três dentes de alho. Certa vez veio visitar-me, mas como não me encontrou, saiu quase de imediato. Pois bem, horas mais tarde, quando regressei, o meu olfacto detectou logo que ele tinha entrado lá em casa. Para afastar ou, pelo menos, atenuar o odor exalado após o consumo do alho, recomenda-se mastigar, a seguir, um bom ramo de salsa. Há quem indique que também resulta, beber suco diluído de limão ou mastigar grãos torrados de café.
(texto
da autoria de Miguel Boieiro, Vice-presidente da
Direção da SPN)
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