Em 1990 visitei uma extensa plantação de ginseng na vertente duma colina perto de Kaesong, uma das principais cidades da República Popular Democrática da Coreia (Coreia-do-Norte). Dizem que é neste longínquo país asiático, fortemente ostracizado pelos media ocidentais, que se pode encontrar a famosa planta na sua máxima potencialidade. Julga-se que o termo “ginseng” é proveniente do mandarim, mas em coreano a planta é conhecida por “insam”.
Esforcei-me por me integrar, dentro do possível, nas realidades
da península coreana, dividida militarmente e contra natura em duas partes. Digo contra natura porque ao visitar também a Coreia do Sul, por
diversas ocasiões me apercebi que se trata de um só povo, uma só nação com o
mesmo idioma, tradições e costumes, e que a população de ambas as partes deseja
ardentemente a reunificação da sua pátria milenar. Não é agora a altura
oportuna de comentar sobre a presença massiva de militares norte-americanos na
região, nem de entrar em questões políticas que têm suscitado e continuam a
suscitar polémicas agudizadas por noticiários pouco isentos.
Tenho que, para mim, a RPD da Coreia me faz lembrar a célebre
aldeia gaulesa do Asterix da banda desenhada que, isolada, resistia bravamente
no bojo do império romano. Aproveito para recomendar a quem for para estas
bandas, que deixe de lado preconceitos considerados “verdades” absolutas pela
persistência do uso e se conserve suficientemente humilde para tentar
compreender processos inabituais que, não obstante, devem merecer todo o
respeito. Adiante!
Pois na Coreia, o insam é uma verdadeira panaceia, ou
seja, é remédio para todos os males. Aliás, o nome científico da planta é
significativamente Panax ginseng
sendo o termo panax proveniente do
grego e que quer dizer panaceia.
Os coreanos incorporam
a raiz de ginseng em diversos medicamentos, dentífricos, sabonetes, perfumes,
cremes faciais, refrigerantes (insamsul)
e até na alimentação. Voltei à RPD da Coreia por mais duas vezes, em 1992 e
2000, integrando, na última ocasião, uma delegação constituída por dois
empresários e dois autarcas. Na altura, um dos elementos do grupo regressou com
uma provisão razoável de pequenos tubos com umas bolinhas prateadas que
serviriam, depois de chupadas, para aliviar as dores de cabeça e despertar o
apetite sexual. Nem queiram saber! A fama atribuída às tais bolinhas fez com
que, à chegada, elas desaparecessem num ápice, seduzindo amigos e conhecidos.
O Panax ginseng pertence
à família das Araliaceae e é uma
pequena herbácea vivaz cuja raiz grossa, carnosa e fusiforme tem aspeto
antropomórfico. Ela atinge, na sua plenitude (após pelo menos 6 anos a seguir à
sementeira), 2 cm de diâmetro por 20 ou 30 cm de profundidade. É nitidamente
uma erva de crescimento muito lento. Tem folhas pecioladas e compostas formadas
por cinco folíolos elípticos. As inflorescências agrupam-se num pequeno “bouquet”
de 15 a 30 flores púrpuras com cinco pétalas. Os frutos são drupas vermelhas
envoltas em cinco brácteas lanceoladas. Cada fruto costuma integrar uma a três
pequenas sementes. A planta desenvolve-se nas regiões frias dos vales
montanhosos do extremo oriente, entre os paralelos 36 e 38. Não gosta de sol
direto. As plantas que enxerguei possuíam, todas elas, um pequeno resguardo
superior para as proteger. Na altura julguei que seria por causa da geada, mas
depois elucidaram-me que era para prevenir a insolação.
A raiz do ginseng é
utilizada, diria quase endeusada, desde há 5 mil anos pela medicina tradicional
chinesa por causa dos seus extraordinários princípios ativos. Comprovou-se a
abundante existência de constituintes bioativos (ginsenósidos), óleos
essenciais, glúcidos, saponinas, ácidos orgânicos (cítrico, málico e outros), betacaroteno,
vitaminas D, E e complexo B, zinco, cobre, magnésio, fósforo, ferro, etc.
É afrodisíaca, antidepressiva, anti-inflamatória,
antioxidante, depurativa, diurética, tónica, revitalizante, hemostática,
hipotensora, bio estimulante…
Trata diabetes, anemia, cancro, depressão, insónias, fadiga
física e mental, stress ambiental, hipertensão
e doenças crónicas, tonifica a pele do rosto, melhora a circulação sanguínea,
relaxa o sistema nervoso, fortalece o sistema imunológico, previne as gripes,
estimula a produção da testosterona e aumenta a quantidade e a qualidade dos
espermatozoides. Em resumo: é, na realidade, uma autêntica panaceia.
Algumas contraindicações: não deve ser tomada por grávidas,
mães que estejam a amamentar e por quem tenha doenças cardíacas agudas. Pode
interagir com alguns medicamentos.
Das várias centenas de maneiras de tomar ginseng de que o
mercado é farto, dado que o seu preço é elevado o que torna o negócio
lucrativo, transcrevo a que me parece mais simples: 10 g de ginseng em pó dissolvido em água quente. Consumir 3 a 4
chávenas por dia durante 15 dias. Fazer pausa de uma semana e retomar o
tratamento até sentir melhoras.
Agradeço que depois me digam o resultado!
Miguel Boieiro
(texto da autoria de Miguel Boieiro, Vice-presidente da Direção da SPN)
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