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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Marlene Freire, Autora do Livro "Casa de Pau - Sabor com Amor", em entrevista à Revista P´rá Mesa!

 

«Cozinhar é uma forma de mostrar sentimentos, por isso, adicione amor e vá inventando o resto. Uma pitada disto, um pouco mais daquilo e o resultado final pode ser surpreendentemente bom.

Não ter medo de experienciar e fazer combinações novas são meio caminho andado para fazer uma alimentação diferente, saudável e divertida. Não tenha medo de dar o seu toque pessoal – teste, inove, prove e divirta-se!» 

(fonte: https://www.rotadolivro.pt/lojaonline/produto/casa-de-pau/)

Cozinhar não deve significar uma "prova de esforço", mas sim uma "prova de amor", sobretudo para quem estamos a fazer aquele prato especial, bem como uma prática saudável para a nossa própria vida, não acham?

Pois bem! E foi precisamente a pensar neste mote que lancei um convite à caríssima autora convidada da Revista P´rá Mesa, Marlene Freire, para procurar responder a algumas perguntas a ver com ela mesma e o seu projeto, vamos lá?

1) Para começar, onde é que nasceu e qual a sua formação?

Marlene Freire: Nasci no distrito de Aveiro e, até ter 18 anos, sempre vivi com a minha família numa pequena aldeia, um lugar do Concelho de Albergaria-a-Velha. Apesar de ser um lugar muito pequeno e onde todos são da mesma família, continua a não existir nenhum lugar que me seja tanto como este. Apesar de já não viver lá, aquele lugar sempre será a minha casa. 

Sou licenciada em biologia pela Universidade de Aveiro mas não exerço biologia como atividade profissional, no entanto, a biologia, faz parte de quem eu sou. Não em termos académicos mas sim no dia-a-dia, na horta, na cozinha e nas minhas escolhas. Posteriormente fiz várias formações, podendo destacar Formação de Formadores, Técnica Superior de Segurança e Higiene no Trabalho, Gestão de Agricultura Biológica, Nutrição no Ciclo de Vida, …

No entanto, deixem-me partilhar que acredito que a nossa formação não é apenas aquela que podemos provar com um certificado. Acredito que a minha maior formação é dada pelas pessoas e pelas escolhas que vamos fazendo e que, de uma maneira ou de outra, são parte da nossa vida. Tenho de reconhecer muito mérito a várias pessoas que me inspiram a ser mais e melhor. 

2) Confirma que tem uma horta, certo? Quais são os produtos que procura ter sempre e que conselhos pode dar para quem ambiciona ter a sua?

Marlene Freire: Tenho uma horta. Na verdade, tenho uma terra de cultivo muito grande e pouco tempo para tratar dela. Gostava de lhe poder dedicar mais tempo e até mais “mimo” mas, como não é possível, tento tratar o melhor que consigo do pouco que cultivo. Gosto de ter cultivos sazonais e de época, embora tenha de reconhecer que, de vez em quando, faço as minhas experiências para ver o que acontece. No inverno, e dado que a minha terra inunda, fica em pousio e a absorver nutrientes. No início da primavera e assim que o nível de humidade do solo permite, lá vou eu de galochas começar a tratar da terra. Semear, plantar, cuidar e colher é um dos meus ciclos preferidos. Normalmente tenho alfaces, tomates, pepinos, beterrabas, couves variadas, brócolos, couve-flor, romanescos, ervilhas, feijão, batatas-doces, abóboras, cebolas, …

Em conjunto com os legumes, vou tendo árvores de fruto, ervas aromáticas, frutos vermelhos e flores. Uma canseira, tenho a dizer… mas nada se compara ao prazer de colher uma alface para comer na hora. 

A horta também ajuda os meus filhos a perceberem o trabalho que dá a agricultura e o valor dos alimentos. Eu fico deliciada quando a minha pequena vai para as ervilheiras e come ervilhas tortas ali mesmo, cruas e com um sopro.

Aquilo que cultivo é o meu “biológico” possível. Não utilizo nenhuns produtos químicos mas, naturalmente que, estando o meu terreno rodeado por cultivo intensivo de milho, é natural que absorva coisas que eu não queria. No entanto, “quem não tem cão, caça com gato”, aproveitemos o que temos.

Para quem quer começar uma horta apenas dou um conselho – Comece! O resto vem depois, vai aprendendo muito por “tentativa e erro “e se não tem um terreno, uns vasos suspensos numa varanda são ótimos para começar. Procure também na sua zona, já existem muitas hortas urbanas para alugar. 

3) Como é que define «alimentação saudável»?

Marlene Freire: É uma ótima pergunta porque isto de comer de forma saudável tem muito que se diga, sendo que importa definir à partida o que é saudável para cada um de nós. Se eu estiver a falar com um vegetariano e disser que como carne e que isso é saudável, é natural que ele não concorde comigo. E tudo bem.

Basicamente o meu conceito de comida saudável passa por privilegiar o que é natural e o que vem da terra, moderar os processados e evitar o açúcar. 

Sei que muitos não concordam mas, para mim, comer de forma saudável também é ter dias de exceção, é ter dias em que como bolos, em que me “afundo num pote de gelado”, em que vou a um evento e me delicio com tudo o que tenho direito…e depois volto para a minha rotina. Vivo numa sociedade que, quer eu queira quer não, me incute a ter uma determinada forma de vida. Gosto de resistir como regra mas acredito que as exceções são fundamentais.

4) Afinal de contas, o que representa para si «cozinhar» e como é que nasceu essa sua vontade de partilhar com os outros as suas preferências culinárias?

Marlene Freire: Ao mesmo tempo que penso ter uma resposta pronta para esta pergunta, cada vez mais penso que não sei ao certo como tudo começou. Sempre cozinhei desde pequena. Aprendi muito com a minha avó (que faz os melhores rojões do mundo!) e sempre me pareceu que cozinhar era algo natural. Quando fui viver sozinha as coisas foram evoluindo naturalmente mas acredito que o “clic” foi depois de ter o meu primeiro filho. Queríamos dar a melhor alimentação que conseguíamos ao nosso pequeno e, nós pais, queríamos perder algum peso. Fiz muita pesquisa mas mais que isso fui testando no nosso corpo e na nossa família aquilo que resultava melhor para nós. Com isso fui aprendendo novas técnicas de cozinhar, descobri muitos ingredientes que não usava e o mais importante de tudo, perdi o medo de combinar, de experimentar e de improvisar.

Partilhar refeições também sempre fez parta da nossa família. Temos tido a porta da nossa casa aberta para receber muitas pessoas. Nessas alturas os nossos amigos/familiares acabavam muitas vezes a pedir receitas/ajudas culinárias e com isso, embora tenha resistido muito às redes sociais, criei a Página de FB da Casa de Pau – Sabor com Amor. E aí… lá fui crescendo, devagarinho e sempre com os pés na terra (atualmente também estamos virtualmente no Instagram e no You Tube)

5) E qual o motivo para ter escolhido "Casa de Pau - Sabor com Amor" para o título do seu primeiro livro?

Marlene Freire: O título do livro está intrinsecamente ligado ao nome da página virtual que, por sua vez, teve origem na nossa casa. Vivemos numa casa de madeira (sim, toda de madeira) e que adoramos – daí o nome CasaDePau. Reconhecemos que no início, quando falámos a outras pessoas do que íamos construir a ideia era muito “ Mas quê? Uma casa de pau? Vocês não têm juízo!”. Temos! E gostamos muito da nossa CasaDePau. 

Como estávamos a falar de um conceito ligado a receitas e cujo ingrediente principal é sempre amor – CasaDePau – Sabor com Amor.

6) No seu livro podem encontrar-se diversas receitas fáceis para o dia a dia, mas também para dias mais especiais. Será que se importa de dar um exemplo de cada?

Marlene Freire: Para o dia-a-dia posso destacar um lanche de “Pão de Frigideira com Linhaça”, um prato principal de “Alabote em Papelote” ou até um “Segredo de Maçã” como uma sobremesa. 

Para dias especiais experimentem uns “Camarões Panados com Amêndoa e Queijo”, uma “Alcatra com Molho de Queijo Feta e Tomate” e deliciem-se com a sobremesa “Tarte de Limão com Merengue e Caramelo Salgado”.

Apesar de alguns nomes e ingredientes menos comuns, não se assustem. As receitas do livro são muito fáceis, tem dicas e alternativas. É só não ter medo de experimentar.

7) E no que toca ao futuro, será que já está a preparar mais algum livro de receitas?

Marlene Freire: Sim (se me vissem eu estaria a sorrir). Nada com data marcada nem com pressa mas algo que quero muito fazer e onde vou trabalhando. 

8) Por acaso tem algum evento que gostaria de divulgar aos leitores da Revista P´rá Mesa?

Marlene Freire: Para breve temos um workshop marcado para dia 18 de junho em Pardilhó – Estarreja sobre alimentação saudável e rápida para dias curtos.

Depois, para julho estarei dia 25 na Feira do Mirtilo em Sever do Vouga, na parte da manhã a dar um workshop infantil e da parte da tarde, em conjunto com o Município e a Biblioteca local, um workshop de marmitas saudáveis.

Para além destes eventos estarei presencialmente em algumas feiras do livro para poder autografar o meu livro aos leitores que aparecerem.


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Nota: meu caro leitor, não se esqueça que existe, na intitulada «área exclusiva» de todos os Subscritores da Revista P´rá Mesa, um Voucher de Desconto para gastar na compra do livro "Casa de Pau- Sabor com Amor" da autora Marlene Freire!!






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