«O convento de Santo António, em Alter do Chão, foi um convento de Religiosos Capuchos da província da Piedade, pertencentes à Ordem Franciscana, fundada por S. Francisco de Assis.
Os franciscanos chegaram em Portugal em 1216. A sua filosofia atraiu muitos fiéis, entre
estes,
Nobres, Pontífices e Reis que os apoiaram, contribuindo para o desenvolvimento
da
ordem.
englobava
todos os conventos franciscanos aí existentes.
Observancia
de Nosso Serafico Padre S. Francisco" publicada em 1751, é, assim, dada a
notícia
da fundação do Convento em Alter do Chão:
"Neste mesmo ano (1618) nos incumbe dar a notícia do Convento de Santo Antonio de
Alter
do Chão."
Comunidade.
de
Bragança D. Teodósio II, para que estes viessem povoar o Convento que os Padres
Carmelitas
Descalços tinham abandonado em 1605.
O local deste convento era apontado como não muito saudável, mas mesmo assim, e
porque
a vontade do Duque era tão grande, os frades, para agradarem ao Duque, mas
muito
mais pelo serviço de Deus, resolveram aprovar a Casa de Alter no Capítulo, que
teria
como Ministro, Fr. João do Porto.
A notícia foi tão bem recebida, que o Duque prometeu fazer um novo convento à sua
custa
e num novo local.
Na sequência desta decisão, em 1613 o Fr. João do Porto vai povoar as instalações do
antigo
convento em forma de Comunidade.
No
Capítulo de Évora, em 1614, a Casa de Alter passou a ter o título de
Guardiania, onde
passaram
a morar 13 a 14 Religiosos, a quem, a Sereníssima Casa de Bragança, passou
a
ajudar a sua sustentação, tal como fazia às restantes Casas existentes nos seus
domínios.
Carmelitas.
A nova localização para a construção de um novo convento, foi um sítio muito
conveniente,
fresco, de bons ares no alto dum cabeço, chamado do Alcaide, que ficava
próximo
da vila, para sul.
Para
pagamento das obras, decidiu o Duque aplicar as rendas de um mato do Concelho,
que
havia no termo da vila, por venda, todos os anos, do seu montado.
A primeira pedra foi lançada, a oito de outubro de 1617 pelo próprio Duque, que para
isso,
se deslocou de Vila Viçosa a Alter do Chão, acompanhado de seu filho, Senhor
Dom
João,
Duque de Barcelos, (mais tarde Rei D. João IV) que lançou a segunda pedra.
Junto a este cabeço havia algumas hortas de diversos proprietários, muito frescas e com
muitas
árvores, que foram compradas por trezentos mil réis, para serem incluídas na
cerca
do convento.
Estas hortas, que serviam para os gastos dos religiosos, recebiam a água que "por giro"
lhe
chegava do chafariz público.
Este
convento deve ter mantido a sua atividade até ao início do século XIX, tendo
encerrado
com a extinção das Ordens Religiosas (1834), na Convenção de Evoramonte,
que
pôs termo à guerra civil portuguesa que decorreu entre 1828 e 1834.
O edifício foi vendido em hasta pública, após a extinção das ordens, tendo uma parte
dos
seus bens sido enviado para a Casa da Moeda e outra parte entregue à Casa de
Bragança.
Atualmente, e depois de uma interessante recuperação, o edifício tem utilização como
unidade
hoteleira.»
Para finalizar, quero agradecer, mais uma vez, a Nuno Quina, toda a amabilidade que teve para comigo, contando histórias de outros tempos, bem como alguns segredos bem guardados, à medida que visitava o interior da Igreja do Convento de Santo António, para além de disponibilizar-me o texto acima, um pouco na continuação do que já foi publicado ontem em:
Os meus parabéns pelo artigo sobre o Convento de Santo António. Muito Bem Documentado. Artigos como este valorizam em muito o Blog. Vitor
ResponderEliminarMuito obrigada pelo seu comentário, ficando também contente que o meu trabalho seja reconhecido, mas também para bem de todos nós, os portugueses, bem haja, volte sempre!
ResponderEliminarCom os melhores cumprimentos,
Mónica Rebelo,
fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pt
e detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt