Um outro olhar a sul com curadoria gastronómica do Chef Rui Silvestre
Recuando até ao passado mês de agosto, certamente que muitos portugueses (e não só!) voltaram a rumar ao sul do país para umas merecidas férias. Costuma ser, por isso, a altura ideal para se olhar para o Algarve, nomeadamente para a região do Baixo Guadiana, constituída pelos municípios de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António, a partir de outros ângulos. Não excluindo, obviamente, as praias, mas olhando para o território de uma forma mais abrangente e integrada: a da permanência da serra, do rio e do mar, das suas gentes, dos produtores e dos produtos endógenos que habitam esta região 365 dias por ano e que enriquecem não só a paisagem, mas também a economia, a gastronomia e, claro está, o palato.
À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar, um projeto de valorização e reconhecimento dos produtos alimentares produzidos no território do Baixo Guadiana, propôs um périplo pelas paisagens, municípios, produtores e produtos desta região algarvia. Visou promover as oportunidades ao nível do financiamento, promoção e internacionalização para as PME’s do setor agroalimentar e turismo gastronómico da região.
Esta viagem foi conduzida ao longo de vários meses pelo Chef Rui Silvestre (Restaurante Vistas Rui Silvestre, 1* Michelin), embaixador natural da iniciativa graças à sua versatilidade e excelência, sendo a estrela Michelin com maior proximidade geográfica ao cabaz de produtos do território. Através de diversas ações com imprensa, visitas aos produtores locais, apresentações públicas dos produtos e das receitas criadas pelo Chef Rui Silvestre pretendeu elevar-se o Baixo Guadiana e promover o destino também enquanto destino gastronómico.
A inciativa À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar, resultou numa coleção de 10 receitas criadas pelo Chef Rui Silvestre (a publicar brevemente na Revista P´rá Mesa), acessíveis ao grande público, onde procurou potenciar a utilização dos produtos “estrela” da região, como por exemplo o figo, o mel e os citrinos.
Ao longo de vários meses, Rui Silvestre percorreu o território, conheceu novos produtores e por consequência os seus produtos, aprofundou o seu conhecimento e extraiu novos elementos que integraram depois a carta do Vistas Rui Silvestre. Aos produtos que já faziam parte das suas cartas como a Muxama, Atum, as Amêndoas ou as Ostras, o Chef Rui Silvestre passou ainda a utilizar o presunto do Feito no Zambujal ou o Iogurte de Cabra, só para nomear alguns, na sua cozinha de autor. A nova carta do Vistas Rui Silvestre renovou assim o seu compromisso com a região. A curadoria gastronómica levou os produtos diretamente do território para a alta cozinha, cumprindo assim um dos seus principais objetivos.
O Vistas Rui Silvestre, localizado em Vila Nova da Cacela, apresentou assim uma carta que homenageou os melhores produtos da Terra e do Mar, uma ode também aos produtos do Baixo Guadiana que após a curadoria tiveram um lugar de destaque na nova cozinha do restaurante onde o Chef Rui Silvestre eleva o melhor que a região tem para oferecer. À clássica Canja de Muxama e ao Atum Rabilho e Ostra, juntaram-se o Iogurte de Cabra e Beterraba, a Alfarroba e a Ostra Formosa, Beterraba e Laranja numa fusão de sabores que traziam para a mesa as memórias e origens do Chef Rui Silvestre – indiana e moçambicana –, bem como as influências das suas viagens e da sua vivência no sotavento algarvio num convite lançado pelo próprio de “embarcar num mar de sensações onde cada produto tem uma história para contar”.
Para Rui Silvestre, o chef natural de Valongo mas que vive no Algarve desde os 10 anos, “esta iniciativa ajudou-me a aprofundar o conhecimento que tinha da região e a estreitar laços com os produtores. Ao longo destes meses em que procurei conhecer mais e melhor a região onde vivo e trabalho permitiu-me conhecer mais de perto os produtos e acrescentar mais ingredientes locais que enriquecem a cozinha que pratico.” Acrescentou ainda que “a experiência foi muito enriquecedora e serve também para enaltecer a nobreza dos produtos locais e dar palco aos produtores que, como sempre defendo, sem eles não há cozinha!”
A integração dos produtos desta região na carta do restaurante Vistas Rui Silvestre, tratou-se de “voltar ao essencial, respeitar a natureza onde os sabores são reais e os aromas são genuínos”. Além de incluir produtos da região na carta do restaurante que lidera, o chef trouxe-nos ainda outras receitas que destacavam diversos produtos remetendo os nossos sentidos para a região, porque “não há cozinha sem os produtos de qualidade e não há produtos de excelência sem a sua matriz - quem os produz - e a especificidade do meio onde são produzidos.”
À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar foi uma das iniciativas promovidas pela Associação ODIANA através do projeto INTERPYME – Plataforma para Internacionalização das Pequenas e Médias Empresas do Algarve e das Províncias de Cadiz e Huelva – e uma iniciativa de cooperação entre o Algarve, Alentejo e Andaluzia, Programa Interreg V-A Espanha- Portugal 2014-2020 (POCTEP), e cofinanciado pelo FEDER.
Paralelamente à Curadoria Gastronómica, a ODIANA, através do projeto INTERPYME, disponibilizou ainda às PME’s um portfólio fotográfico, serviços de design e consultoria financeira, bem como participação em certames transfronteiriços, missões comerciais e uma Estratégia de Internacionalização para os produtores. A meta foi potenciar os produtos, alavancar os negócios e promover a competitividade das PME’s da região.
Biografia I Chef Rui Silvestre
Rui Silvestre nasceu em Valongo, no norte de Portugal, mas vive no Algarve desde os 10 anos de idade.
Em busca de inspiração para novos pratos, novas técnicas culinárias e para descobrir outras culturas e sabores, Rui passou 7 anos em restaurantes franceses, suíços e húngaros, com especial destaque para a sua passagem por França, no restaurante Le Castellet de Christophe Bacquié, com três estrelas Michelin.
Em 2015, Rui alcançou a sua primeira estrela Michelin, tornando-se o mais jovem chef português de sempre e um dos mais jovens do mundo (com 29 anos de idade) a ganhar este reconhecimento tão cobiçado. Feito que repetiu em 2019 trazendo para o Restaurante Vistas Rui Silvestre e para o Sotavento Algarvio a primeira Estrela Michelin, tendo renovado a distinção nos anos seguintes.
Entre outras distinções obteve: Prix au Chef de l´Avenir pela Academia Internacional de Gastronomia; Chefe do Ano 2015 pela academia dos Gastrónomos do Algarve e Personalidade do ano da gastronomia pelos Prémios Novos.
Utilizando técnicas francesas e fundindo sabores improváveis, Rui Silvestre adora combinar os melhores produtos da terra e do mar, de uma maneira inovadora, evocando todos os sentidos e preservando o sabor autêntico e excecional dos ingredientes locais. A intenção é que cada prato expresse a riqueza dos ingredientes em torno do qual foi construído. A proximidade com o produto permite trabalhá-lo nas mais perfeitas condições organolépticas e de qualidade alimentar.
Além de estar à frente do Restaurante Vistas Rui Silvestre, no Algarve, o Chef foi o embaixador e curador gastronómico de À Mesa do Baixo Guadiana: a serra, o rio e o mar. A escolha do Chef Rui Silvestre teve como base a versatilidade e excelência do profissional, sendo a estrela Michelin com maior proximidade geográfica aos produtos do Baixo Guadiana, permitindo assim reposicionar os produtos e produtores do Baixo Guadiana ao mais alto nível, reconhecendo a sua excelência e exclusividade.
Sobre A Mesa - Cultura Gastronómica
A Mesa – Cultura Gastronómica dedica-se à representação, desenvolvimento e promoção da gastronomia em todas as suas manifestações e vertentes, com particular enfoque na sua aceção cultural, bem como no seu papel enquanto veículo de desenvolvimento de território e da economia rural.
A equipa é constituída por profissionais multidisciplinares que, após uma intensa experiência a desenvolver marcas, produtos, regiões, e a organizar e implementar eventos gastronómicos - em território nacional e internacional -, reconheceram no mercado a necessidade de criar uma plataforma que conseguisse reunir e aproximar profissionais, produtores, produtos e consumidores, destacando a importância do valor humano e a nobreza dos produtos, e assim promover a gastronomia como traço identitário e de valor económico de um país pleno de potencial.
E foi para dar resposta a esta necessidade que a MESA – Cultura Gastronómica foi criada.
Sobre ODIANA
(fonte: Comunicação e Assessoria de Imprensa | MESA)
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