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segunda-feira, 20 de março de 2023

Rosa Valgy, Terapeuta de Psicoterapia Transpessoal, em Entrevista à Revista P´rá Mesa!


“A Alma não é uma coisa, mas uma qualidade ou uma dimensão da experiência da vida e de nós próprios. Tem a ver com profundidade, valor, relação, intimidade e essência pessoal.” (Thomas Moore)



Os transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia, tal como todos nós sabemos, são já transtornos psicológicos bastante graves, podendo até causar a morte, quer pelo desgaste do próprio corpo, quer até por tentativas de suicídio relativamente frequentes nas pessoas que os desenvolvem.

Por isso, é importante fazer terapia o mais cedo possível com a ajuda de profissionais qualificados, no sentido de, por exemplo, ajudar a controlar os sintomas de transtornos alimentares.

Neste sentido, convido-o a ler, meu caro leitor, a entrevista proposta à caríssima Nova Autora Convidada Rosa Valgy, Terapeuta de Psicoterapia Transpessoal, para nos ajudar a esclarecer algumas ideias chave sobre como prevenir e/ou intervir aquando da necessidade de apoio profissional a ver com na área da Psicoterapia Transpessoal, a fim de também nos libertarmos de algumas amarras psicológicas, que nos conduzam a uma vida mais sã e plena de sentido, quer no âmbito da nossa alimentação ou não, pois tudo é importante para irmos mais longe com mais energia positiva!

1. Aqui pode ler-se o seguinte: Rosa Valgy, TERAPEUTA DE PSICOTERAPIA TRANSPESSOAL, “Eu não sou o que me aconteceu, eu sou o que decido me tornar” - Carl Jung. Pode então explicar que novo projeto é este na sua vida?

Rosa Valgy: Este projeto já tem raízes antigas. Desde sempre que me interessei pela mente humana, nomeadamente decifrar os labirintos internos que muitas vezes nos direcionam para determinadas patologias. Contudo, paralelamente sempre gostei muito de desenhar e acabava por fazer a minha própria catarse através das ilustrações que eu fazia, como tal acabei por seguir o ensino superior dentro da área artística. Como o interesse sempre se manteve, fui aprimorando os meus conhecimentos entre leituras, documentários, entrevistas, podcasts e etc; e em 2019 comecei a dar os primeiros passos através de formações avançadas no ISPA. Nesse percurso, tive o prazer de ter colegas muito bons, praticamente todos psicólogos que acabaram por ser um forte incentivo para eu procurar mais conhecimentos sobre a área e também, atuaram como uma influência importante para eu dar continuidade ao meu processo pessoal através de consultas de psicoterapia. 

Enquanto paciente, fui conhecendo cada vez mais este meu lado e acabei por descobrir o meu potencial como elemento importante para ajudar o próximo, nomeadamente dentro da área da saúde mental.

Todas as tomadas de consciência, orientaram-me para o meu ingresso no Curso de Técnicas de Psicoterapia Transpessoal no Instituto Almasoma em Lisboa, local onde continuo em formação constante, pessoal e profissional e posso contar com apoio de supervisão durante as minhas práticas enquanto Terapeuta.

A frase do psiquiatra e psicoterapeuta Carl Jung é muito significativa para mim, porque valida uma crença que eu também tenho, que é a de nós podermos sempre escolher o que queremos ser independentemente da nossa situação atual. 

2. Nitidamente dá para perceber que, para si, o significado de viver é não estar parado no tempo e espaço, correto? Mas como é que, afinal, no seu entender, se consegue «respirar» neste mundo cada vez mais, digamos que, «contaminado»?

Rosa Valgy: Sim, na minha perspectiva tem de existir movimento e fluidez para "fazer acontecer" e em toda esta dinâmica é necessário resiliência para superarmos os desafios que vão surgindo, nesse sentido, um bom acompanhamento psicoterapêutico pode ser essencial para não nos deixarmos sufocar com pensamentos excessivos que nos podem desorientar e tirar o foco.

Vivemos em tempos acelerados em que as oportunidades para olharmos para nós são escassas e muitas vezes, dadas às rotinas que possuímos, por vezes, quando tal acontece, já é num horário tardio, como tal é importante reeducarmo-nos para evitarmos situações de desgaste emocional, psicológico, energético e físico.

Todas estes reajustes, acabam por nos facultar mais um pouco de oxigénio e consequentemente, saúde mental para continuarmos.

3. E num mundo também cada vez mais solitário, ainda que mais global, como é que conseguiremos partir para a verdadeira essência da vida, com foco no equilíbrio perfeito entre corpo, mente e espírito?

Rosa Valgy: Na minha opinião, a verdadeira "essência da vida" é algo muito pessoal, no entanto nas sessões de psicoterapia transpessoal, o trabalho efetuado tem sempre como foco o bem estar da pessoa que estamos a acompanhar. Abordagens com intuito de enraizamento, aceitação e respeito por todas as partes do "Ser" devem honrar sempre o percurso ancestral percorrido. Toda esta visualização do "Todo" e união de todas as partes podem promover tomadas de consciência que poderão resultar na descoberta da "essência da vida" para cada pessoa. 

4. E pelo que observei, também já conseguiu estabelecer algumas parcerias, nomeadamente com a Associação Jorge Pina, tendo por base o desporto como valor de igualdade. Então quer dizer que praticar desporto é também proporcionar uma melhor saúde mental para todos nós, é isso?

Rosa Valgy: Sim sem dúvida. A prática desportiva é essencial para uma melhor qualidade de vida. O desporto é um forte aliado para uma saúde mental saudável, traz imensos benefícios agregados, desde físicos, emocionais e energéticos, entre outros.

5. Aliás, o que tem a dizer acerca das consequências da pandemia para a sociedade em geral, devido nomeadamente ao facto de se ter ficado fechado em casa tanto tempo?

Rosa Valgy: A pandemia trouxe diversas consequências, contudo também abriu caminho para novas oportunidades. Teve que existir um isolamento, mas essa situação originou um reinventar de proximidade através das novas tecnologias, nomeadamente a possibilidade de podermos dar consultas online e fazermos chegar a ajuda a quem mais precisa mesmo estando em zonas geográficas diferentes. O isolamento já existia antes da pandemia, no entanto as soluções para o combater não eram tão visíveis. Em termos de saúde mental, certamente que houve pessoas que ficaram mais afetadas que outras devido ao estado de ansiedade e até depressões causadas pelo panorama, no entanto também foram criadas uma série de recursos tecnológicos por forma a tentar minimizar estas situações e outras.

6. E, já agora, como é que se poderá aliar uma vida mais plena, a uma melhor aceitação de nós mesmos? Será que uma alimentação também mais rica e equilibrada pode ajudar?

Rosa Valgy: "Nós somos aquilo que comemos" já dizia o filósofo Hipócrates. Uma alimentação saudável é essencial para um desenvolvimento equilibrado do ponto de vista físico, químico e biológico.

Termos como hábito uma dieta saudável promove um estilo de vida mais pleno. A escolha de uma alimentação "limpa" sem excessos descontrolados também pode ser um reflexo de como está a nossa saúde mental, porque o que está dentro muitas vezes reflete-se no exterior e ao cuidarmos do nosso corpo, automaticamente também estamos a dar contributo positivo para a nossa mente.

7. Pratica algum tipo de dieta alimentar em particular?

Rosa Valgy: Eu pessoalmente tento ter uma alimentação equilibrada, apesar de por vezes também fazer as minhas loucuras e ter o "dia da asneira" como gosto de lhe chamar, contudo desde muito nova que pratico jejum intermitente.

8. Quais os seus principais conselhos para, ao mesmo tempo, evoluirmos emocionalmente, afastando-nos das coisas menos boas e menos positivas?

Rosa Valgy: Muito sinceramente, acho que toda a gente deveria ter a oportunidade de ter consultas de psicoterapia para auxiliar neste processo de evolução. Coisas menos boas e menos positivas irão sempre existir, até porque precisamos delas para reconhecer as efetivamente boas, como tal afastarmo-nos delas pode ser mais complicado em algumas situações porque não conseguimos controlar fatores externos a nós, mas conseguimos controlar como nos poderemos comportar perante tais situações e neste processo de gestão emocional a psicoterapia consegue ter um papel bastante positivo pois ajuda a criar estratégias para enfrentar desafios e formas de selecionar o que é bom ou menos bom para nós. As dinâmicas das sessões de psicoterapia podem gerar empoderamento e autonomia de modo a construir uma maior segurança na pessoa de maneira a incentiva-la a tomar decisões de forma madura e consciente.

9. Então que tipos de serviços é que disponibiliza aos seus clientes e quais é que são os contactos que privilegia para esse efeito?

Rosa Valgy: A título individual, sessões de terapia de psicoterapia dentro de uma abordagem transpessoal. Como exercício de grupo corporativo, por forma a reforçar os laços entre os elementos de equipa e promover proximidade, temos duas soluções no Projecto Catarse pela Arte, nomeadamente Meditação Ativa Guiada e Workshop coletivo de desenho e pintura em que todos intervêm nas "peças" dos outros, gerando uma mecânica global de interação e uma analogia ao facto de sermos "todos um" pois fazemos parte do mesmo sistema em que a base é o respeito pelo papel e espaço que o outro ocupa.

Para efetuarem uma marcação podem seguir-nos pelas redes sociais, Instagram e Facebook, ou então através do nosso site onde têm acesso ao nosso email.

10. “Caminhando consigo, lado a lado, em direção a uma vida mais plena.” Quer explicar melhor?

Rosa Valgy: Eu considero o processo terapêutico como uma viagem em que tudo pode acontecer, desde situações agradáveis a situações não tão agradáveis e nessa turbulência de altos de baixos e de redescobertas, o meu compromisso é acompanhar as pessoas que recorrem às minhas sessões de forma segura para que ganhem autonomia de forma a melhorarem a sua qualidade de vida e assim viver de um modo mais pleno.


(texto escrito por Mónica Rebelofundadora da Revista P´rá Mesa)



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