quinta-feira, 27 de abril de 2023

Restaurante "O Gafanhoto" na Vila da Ericeira, Portugal.


Família & Tradição


Há catorze meses falei deste restaurante localizado no centro da Vila da Ericeira, entendi que era merecedor de uma nova menção e recordar os leitores deste magnífico espaço com comida tradicional a chamada “comida de tacho”. Abriu as portas em 1968, decorridos cinquenta e três anos mantem-se na mesma família e continua a primar com a comida típica portuguesa com uma confeção ímpar e só com ingredientes naturais e frescos. 


Ao longo das últimas décadas foram feitas várias obras de remodelação de todo o espaço e substituição de loiças para acompanhar as novas tendências, não só na apresentação dos fabulosos pratos como para uma “mise-en-place” mais adequada aos novos tempos, embora sempre com preços muito acessíveis. Além destas alterações, "O Gafanhoto" implementou um procedimento há alguns anos que muito aplaudo: enviam os parabéns a todos os clientes associados à sua página, diariamente.

Os proprietários souberam cativar os funcionários ao longo dos anos, oito efetivos, não existindo uma grande rotatividade o que é uma mais-valia para os muitos clientes já fidelizados, sente-se no ar harmonia e satisfação de ambas as partes. Um restaurante que funciona todo o ano com a folga semanal à terça-feira, domingo ao jantar e fecha para um pequeno período de férias pontualmente, apenas. 

Falamos com o Sr. Vitor Silva que gentilmente nos respondeu a algumas perguntas.

Dificuldades sentidas durante a pandemia?

- Agora que praticamente voltamos ao normal, temos que olhar em frente, não vale a pena falar do passado.

Quais as melhorias no setor da restauração que julga necessárias?

- É essencial mais mão-de-obra.

Comparativamente a outros países europeus, estamos no bom caminho para uma restauração de futuro?

- Eu acredito que sim, nós fazemos por isso todos os dias, melhorar e acompanhar as novas tendências.

Quais os procedimentos que entende justos - a legislar - a bem das empresas e dos funcionários?

- É essencial a descida do IVA e o aumento do ordenado mínimo nacional.

Se voltasse atrás, e depois de toda a experiência, voltava a abrir um restaurante ou não?

- Sim, voltaria a fazer o mesmo trajeto sem sombra de qualquer dúvida.

O município tem ajudado ao desenvolvimento nesta área?

- Infelizmente, não muito. Acredito que poderiam fazer muito mais de várias maneiras, ajudar a restauração e similares é ajudar o município e vice-versa, temos que ser uns para os outros.

Qual a sua opinião sobre a formação nesta área? O que devia melhorar?

- Há muito pouca formação nesta área, devia haver mais escolas de hotelaria e restauração, acredito que uma por concelho. Torna-se muito complicado para os mais jovens deslocarem-se, por exemplo, para Lisboa ou Estoril. Aqui, o município deveria ter um papel mais ativo, afinal, somos uma zona turística e precisamos de passar um bom serviço a quem nos visita. Li algures que abriram uma academia, mas os módulos ou cursos em nada vão ajudar quem quer trabalhar nesta atividade. Precisamos de cursos de cozinha, mesa, bar, bem servir, receção/atendimento e outros mais adequados aos estabelecimentos desta zona. Claro que falo dos restaurantes, mas existem hotéis, alojamentos locais, cafés, bares, etc.

Outros que queira acrescentar?

- Que não passemos por mais nenhuma onda da Covid a meu bem e de todos nós.

Os pratos do dia que confecionam são diferentes diariamente, correto?

- Sim, todos os dias temos pratos diferentes, mas sempre tradicionais portugueses. Entre eles temos o cozido à portuguesa, dobrada de feijão branco, arroz de polvo, arroz de coelho, coelho à caçador, feijoada á transmontana, cabrito assado no forno, feijoada de chocos entre muitos outros e, como não poderia deixar de ser nesta zona, muitos pratos de peixe essencialmente grelhados, como a dourada, robalo, chocos, lulas, bacalhau, sardinhas, carapauzinhos… às vezes, há uma ou outra alteração, pois dependemos sempre das épocas adequadas.

Contatos:
261 864 514

Email: restaurante.ogafanhoto@gmail.com

Rua da Conceição Nº 8

2655-256 Ericeira (Portugal)

 

Experimentem e dêem-me “feedback”

 da Vossa experiência.

(texto da autoria de Maria Delfina Gama)


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