UM POUQUINHO DA GASTRONOMIA BRASILEIRA PAULISTANA

Segundo um censo do ano de 2022, os números são impressionantes: mais de 12,3 milhões de pessoas, 20 mil restaurantes, 30 mil bares, cerca de 150 museus e parques, além de inúmeros espaços culturais. 

Dados, porém, que não chegam perto de definir a grandeza da cidade de São Paulo.

 A capital paulista nos oferece uma imersão gastronômica e cultural, que nos leva a uma verdadeira viagem por ideias, aromas, sabores e diferentes visões de mundo.

A megalópole é a maior e mais populosa cidade do hemisfério sul.

Por todo o lado, em bairros nobres e periféricos, bem como em sua região central, encontramos gastronomia clássica, inovadora e com preços para todos os gostos e bolsoa do Porco.

VIAJANDO POR LUGARES ONDE O PORCO É REI!

• O restaurante CASA DO PORCO é o único brasileiro entre os 50 melhores do mundo atualmente, com um menu criativo focado nos suínos – do focinho ao rabo, nenhuma parte é desperdiçada:

crédito da foto: G1 Globo

 R. Araújo, 124 - República, São Paulo - SP, 01220-020 Brasil

• O FAROL SANTANDER guarda um acervo de memória e exposições temporárias. Um impressionante lustre de cristal de quase 13 metros, artefato estonteante de se ver, já nos impressiona na entrada. Porém, é o mirante, no 26º andar, que é bem concorrido. O local possui uma bela vista de São Paulo e, com indicações nos vidros, informa os turistas sobre pontos importantes da cidade:

crédito: VEJA SP

R. João Brícola, 24 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, 01014-90 Brasil

• O BAR DO COFRE, comandado pelo SUBASTOR, fica no subsolo do Farol Santander. Tem esse nome porque seus ambientes eram realmente cofres ativos no passado, e móveis e objetos originais são mantidos:

crédito Casa Vogue

• Que dizer então do  MERCADÃO? É parada obrigatória para turistas e visitantes.  Apresenta a cultura local e de quebra vislumbra o passado histórico do entorno. Inaugurado em 1933, enche os olhos de quem passa por aqui com suas frutas exóticas, verduras, legumes, carnes, queijos doces e especiarias:

crédito Catraca Livre

R. da Cantareira, 306 - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP, 01024-900 Brasil

É uma mistura curiosa de produtos e de vendedores, assim como um mezanino reserva surpresas gastronômicas para quem passa por aqui. Os bares e restaurantes servem de feijoada a bolinho de bacalhau, além de cervejas e chopes gelados. O sanduíche de mortadela é famoso no país inteiro!

RESTAURANTE NONNA PETRICCONE

Fundado pelo casal, Rosemeire Coelho e Eduardo Donassan, o Petriccone surgiu em plena pandemia da COVID 19!

Embora estejam no ramo da gastronomia há 25 anos, foi apenas em 2019 - em meio ao caos - que tiveram a coragem de iniciar um negócio próprio, mesmo diante de tantos desafios.

Eduardo faz questão de lembrar que "brasileiro é um povo que não desiste nunca e nas dificuldades luta com mais determinação. O que me chateia porém, embora sempre penso positivo, é que, infelizmente, existe pouco incentivo no segmento para os pequenos empresários".

Em seu restaurante, os clientes sempre saem satisfeitos com a qualidade caseira da refeição e o preço dos pratos. A casa fica num bairro periférico da cidade de São Paulo e atende, semanalmente, principalmente trabalhadores das empresas vizinhas.

Uma refeição completa, incluindo o Virado à Paulista e uma bebida, por exemplo, não sai mais de R$45,00:

Av. Josino Vieira de Goes, 376 - Tremembé, São Paulo - SP, 02319-000, Brasil

VIRADO À PAULISTA

A origem do nome revela que "Virado" descrevia literalmente o que acontecia com a comida que era levada como merenda pelos bandeirantes e viajantes que atravessavam o estado no século 17. A combinação de feijão e farinha, acompanhada de carne, banana, ovo e couve, misturava-se com o balanço das cavalgadas. Os desbravadores consumiam feijão com farinha, refeição típica dos indígenas. Já a carne era de porco, pois os animais eram abundantes nas matas brasileiras. O ovo e a couve vinham dos hábitos dos colonizadores portugueses.
O virado à paulista é tradicionalmente servido às segundas-feiras nos restaurantes  e vem acrescido de arroz. O prato pode apresentar variações e ser feito com farinha de milho ou de mandioca. O tutu à mineira foi uma derivação da receita paulista e trata-se de uma versão batida do feijão com a farinha, o que deixa a iguaria com consistência pastosa.

Confira alguns desses incríveis  restaurantes brasileiros com seus pratos maravilhosos, preços variados e lugares diferentes - desde bairros nobres até periféricos - mas que mantém a tradição e a qualidade de modo impecável.

Diversos restaurantes servem tal iguaria em São Paulo, mas se você quer um prato caseiro e barato, tem que conhecer o NONNA PETRICCONE.

Longe de críticas infundadas ou de subestimar o trabalho incrível de chefs e cozinheiros, um dia desses, num restaurante glamouroso, perguntei ao maitre: "O que tem de tão especial esse prato para ser tão caro?"

(Obs: o prato era um virado à paulista!)

Ele respondeu: "grife"!

Pois é, o preço dos restaurantes brasileiros, muitas vezes, assusta! Turistas que visitam o país ficam impressionados com o montante das contas perguntam: "Que preços absurdos são esses?"

Para nós então, que contamos as moedas do real, o espanto não é menor!

Por isso resolvi pesquisar essa iguaria brasileira e maravilhosa para valorizá-la cada vez mais, sem contudo, mostrar a realidade de um país onde entre o final de 2021 e o início de 2022, existiam  33,1 milhões de pessoas cuja casa tinha um ou mais membros da família que não podiam realizar suas refeições por ao menos um dia durante a semana. Pesquisa essa, realizada pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

(texto da autoria de Márcia Tayar)