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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

4 Sugestões para melhorar a Oferta Alimentar das Escolas!

Apesar de não substituir o papel dos pais e cuidadores na criação de uma consciência alimentar nas crianças, sem dúvida que a escola é um local muito importante para que as crianças possam adquirir hábitos de alimentação saudável.


Nos últimos anos têm sido dados passos importantes no sentido de reforçar esse papel, mas o caminho a percorrer ainda é (muito) longo. Nesse sentido, há algumas sugestões/ideias que me parece que poderiam ser colocadas em prática e que iriam seguramente ajudar a melhorar os hábitos alimentares das crianças:

  1. Haver um dia por semana onde não se serve carne/peixe/ovos na cantina – Quero começar por deixar bem claro que o objetivo desta ideia não é impor o vegetarianismo a ninguém. O vegetarianismo é um padrão alimentar que, apesar de ser mais restritivo do que a alimentação omnívora, quando colocado em prática corretamente pode ter algumas vantagens para a saúde de quem o pratica. Além disso, do ponto de vista ambiental, é claramente vantajoso. Devido a tudo isto, deve existir um esforço conjunto para diminuir o consumo de carne/peixe/ovos, e nada melhor do que começar a fazê-lo em idade escolar.
  2. Estabelecer parcerias com produtores locais – O fornecimento alimentar deve obedecer a vários critérios, sendo que a promoção da economia local, a minimização do transporte de alimentos, e o respeito pela sazonalidade dos mesmos devem fazer parte dessa lista. O estabelecimento de parcerias com produtores locais pode contribuir para atingir esses objetivos.
  3. Uniformizar os lanches escolares – Esta medida poderia ser colocada em prática em faixas etárias mais baixas, nomeadamente ensino pré-escolar, 1º ciclo e, eventualmente, 2º ciclo. Eu sei que é uma medida um pouco polémica, mas parece-me que faz algum sentido tentar uniformizar os lanches. Os lanches escolares têm um impacto bem superior ao que as pessoas imaginam, pois além de influenciarem diretamente a criança que o consome, influenciam também as restantes crianças. Por exemplo, se o lanche da minha filha for pão e leite, mas ao lado tiver um colega que está a comer batatas fritas e a beber um refrigerante, ela vai chegar a casa e vai-me pedir para, no dia seguinte, levar um lanche igual ao do colega. Para evitar estas situações, poderia ser definido um conjunto de alimentos que são permitidos nos lanches escolares, e os pais teriam liberdade para, dentro dessas possibilidades, preparem os lanches dos filhos. Se algum pai não estivesse de acordo, teria que assinar um termo de responsabilidade.
  4. Criar atividades extracurriculares relacionadas com a prática de uma alimentação saudável – As atividades extracurriculares são normalmente momentos de aprendizagem num ambiente mais descontraído do que uma aula. São, por isso, períodos do dia das crianças onde se pode e deve investir para os dotar de competências complementares às adquiridas durante o período letivo. Atualmente a oferta de atividades extracurriculares é muito variada, mas infelizmente ainda há pouca oferta ao nível da alimentação. Atividades extracurriculares de gastronomia/culinária/agricultura poderiam ser uma forma muito útil de ensinar as crianças a fazerem melhores opções alimentares.

Como pode constatar, estas minhas sugestões baseiam-se numa ideia clara que consiste num envolvimento conjunto da escola e dos pais na criação de uma consciência alimentar adequada nas crianças. Ou seja, a escola tem um papel fundamental a este nível, mas isso não pode servir de desculpa para os pais se libertarem da sua responsabilidade. É muito importante haver um espírito de equipa que permita que o trabalho feito na escola seja complementado com o trabalho feito em casa, no sentido de se conseguir mudanças efetivas e duradouras. De que é que adianta a escola ter regras a este nível, se as crianças quando saem da mesma vão comprar alimentos menos saudáveis na primeira loja que lhes aparecer à frente, ou recebem esses alimentos por parte dos familiares que os foram buscar?

Concluindo, criar hábitos alimentares saudáveis nas crianças é algo que não tem que depender apenas de partidos políticos nem de leis aprovadas no parlamento. Depende principalmente da força de vontade para mudar, por isso, vamos todos fazer parte desta mudança!


(texto da autoria de João Rodrigues)


4 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada pelo comentário, que sendo eu também professora numa escola pública, concordo a 101% que ainda há muitíssimo a fazer pelas nossas crianças, logo pelos homens do amanhã...definitivamente, a escola, tal como era antigamente, já não existe, necessitando de uma reforma urgente e a todos os níveis, incluindo ao nível da alimentação, que é algo que também interage com o bem estar físico mas também mental de cada um de nós...
      Cumprimentos,
      Mónica Fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pr e Detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt

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    2. Muito obrigado, fico feliz por saber que gostou do meu post.

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    3. Muito obrigado, fico feliz por saber que gostou do meu post.

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