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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Claudia Oliveira - Food Photography and Storytelling, em Entrevista à Revista P´rá Mesa!

"Ao crescer no sul de Itália, mais precisamente em Nápoles, a cozinha sempre foi o epicentro dos meus dias."


Hoje é a vez de revelar a beleza existente na simplicidade dos pratos colocados à mesa e capaz de ser imortalizada através da fotografia, não acredita?

Então leia este artigo até ao fim e sinta a magia criada por alguém apaixonado 
pelo incrível universo da culinária, vamos lá?

E não se esqueça de visitar o site da caríssima Cláudia Oliveira, que também é uma das Autoras Convidadas mais recentes da Revista P´rá Mesa, respeitante a serviços de fotografia e storytelling de comida, onde apenas "o céu é o limite":

www.clauoliveira.com 

Muito obrigada, portanto, a Cláudia Oliveira, pela oportunidade de publicar aqui, algumas questões acerca da sua própria história de vida, pensamentos e projetos onde está inserida, que simplesmente não pode perder, para muito em breve começar a ler artigos de sua própria autoria na Revista P´rá Mesa!


1. Para começar: quem é Cláudia Oliveira e qual a sua naturalidade?

Cláudia Oliveira: É uma eterna miúda! Nascida e criada em Nápoles, cidade do Sul de Itália. Vim morar para Portugal em 1995, mais precisamente para Alverca, os meus pais vieram à procura de melhores condições de vida e principalmente mais segurança. Não sabia falar português e não conhecia cá ninguém, logo foi uma mudança bastante drástica para mim. Agora, tenho 37 anos, sou casada, tenho 2 filhos de 6 e 3 anos e, para além de ser mãe, sou fotógrafa e crítica gastronómica, gestora de negócio e projeto numa instituição bancária internacional que é cada vez mais conhecida em Portugal e presidente de uma network focada na diversidade étnica e educação antirracista dentro e fora do banco. 

2. E do que é que se recorda melhor da sua infância e quais é que eram os seus pratos favoritos na altura?

Cláudia Oliveira: Tantos! Eu sempre fui muito boa boca, os meus pais nisso nunca tiveram muito problemas mas como toda a criança que nasceu em Napóles: diria que o meu prato preferido era pizza, a napoletana! Nada se compara a uma Margherita feita como deve de ser. Depois se queremos falar de um produto alimentar favorito, é a mozzarella (e continua a ser!) que em absolutamente nada tem a ver com a mozzarella que comemos aqui. Sinto a falta de uma boa mozzarella todo o santo dia (risos).

3. Entretanto começou a entusiasmar-se cada vez mais pelas “artes culinárias”, até que lhe “despertou também o desejo de explorar a arte de fotografar comida”, de acordo com o que está escrito aqui. Então quer dizer que também aprecia um bom desafio, já que precisa de tornar todos os elementos que compõem um prato em algo verdadeiramente apetecível, certo?

Cláudia Oliveira: Costumo dizer que sou uma eterna insatisfeita. Tenho sempre a cabeça a 1000, com ideias, projetos, coisas que quero fazer (mas não tenho tempo de realizar). O food styling é o mais desafiante nisto tudo, as pessoas normalmente pensam que é só chegar e tirar a fotografia, mas não, para que um prato se torne apetecível ao olhar, precisa que tudo esteja em harmonia e até o prato mais minimalista precisa ali de qualquer coisa, que o faça sobressair. São muitas horas nesse processo (antes, durante e depois). 

4. Aqui pode ler-se que “Entre as "melhores fotografias de comida do mundo", uma sabe a Alentejo. 

Cláudia Oliveira: O cenário de uma das fotos vencedoras é a capela no Paço do Morgado de Oliveira, onde António Maçanita faz os vinhos Fita Preta.” Neste sentido, todo o meio envolvente, desde o local, dia e a hora escolhida, aos elementos que compõem o próprio «cenário», já para não falar da máquina fotográfica ou da objetiva utilizada, tudo importa, não é verdade?

O que realmente importa é o olhar do fotógrafo. Claro que estar no sítio certo, à hora certa com uma boa máquina fotográfica ou telemóvel ajuda, mas o que realmente dá aquela singularidade à fotografia é a pessoa que a está a captar. Podemos ter 2 fotógrafos a tirar uma fotografia ao mesmo local e as duas fotografias não irão sair iguais e isso, do meu ponto de vista, é mágico. 

5. Para mim, fotografar um prato ou um alimento só, ou ainda uma sala de restaurante ou até a própria cozinha desse mesmo espaço, tem de servir sobretudo para contar uma história aos outros, criando algum tipo de emoção no olhar ou conexão com as pessoas, concorda? E será que gosta de trabalhar com materiais mais naturais, ou qual será o estilo de fotografias que melhor a define?

Cláudia Oliveira: Storytelling é o que eu respiro. Adoro escrever, contar histórias e adoro ouvir/ler uma boa história. A fotografia também se torna muito mais especial se contar uma história, se revelar uma emoção.  Eu, à data de hoje, considero que o meu estilo de fotografia (e de vida na verdade) é o minimalista e o mais natural possível, mas…nada me diz que amanhã não mudarei de opinião. 

6. Já agora: que tipo de equipamento fotográfico é que normalmente costuma utilizar? Quer dar alguns conselhos úteis para se conseguir tirar aquela fotografia «perfeita»?

Cláudia Oliveira: Luz natural, para mim, é essencial. Tento sempre tirar fotografias com luz natural, mas não direta, a não ser que seja propositado. Depois, uma lente de 50 mm é perfeita para fotografar comida. Costumo ter um refletor e um difusor sempre comigo, mas nem sempre uso. Ah e o tripé! Assim o maior conselho que daria é: pesquisar e praticar. Até eu preciso de seguir mais esse conselho…A prática leva à perfeição ;) 


7. Aqui está escrito que “as ferramentas para fotos com inteligência artificial aumentam a cada dia o número de possibilidades de criação por promover fluxos de trabalho eficientes para artistas e criativos e por economizar tempo, esforço e dinheiro”: concorda? O que dizer acerca da evolução da «fotografia» no futuro?

Cláudia Oliveira: O mundo está em constante evolução: o meu mundo de hoje não é o mesmo que os meus pais viveram com a minha idade nem será o mesmo que os meus filhos irão viver com a minha idade. Devemos olhar para estas coisas com um olhar crítico. A AI veio para ficar e cabe a nós fazer com que ela trabalhe para nos ajudar e não que nos retire o trabalho. Sinceramente não ache que tão cedo a AI substitua a fotografia captada por um fotógrafo, mas caso isso aconteça cabe-nos a nós reinventarmo-nos e acompanharmos a evolução. 

8. No que diz respeito ao seu projeto online mais recente,  https://clauoliveira.com, pode descrever um pouco, aos caríssimos leitores da Revista P´rá Mesa, acerca do que é que o compõe e quais os seus principais objetivos?

Cláudia Oliveira: Eu comecei nestas andanças com um blog. Aliás, já tive vários blogs, o último era de gastronomia, partilhava receitas e fazia críticas gastronómicas de restaurantes. Quando comecei a ser contactada, não só para fazer a crítica ou a publicação da receita no meu blog ou Instagram, mas pelas fotografias, resolvi ter uma visão mais estratégica e tornar o meu blog num negócio. 

O clauoliveira.com é um site de serviços de fotografia e storytelling no âmbito da gastronomia. Trabalho para restaurantes, marcas de produtos alimentares, agências de comunicação e por aí fora. O meu serviço vai desde a fotografia de um prato de restaurante já feito até ao ter que criar, pensar, idealizar uma receita e todo o styling para a fotografia de um determinado produto. Ah. também tiro fotografias gastronómicas em viagem, o chamado travel food. Para além disso irei também criar um podcast onde o meu maior objetivo é dar a conhecer (ou conhecer melhor) nomes dentro do mundo da gastronomia. 

9. E que tipo de serviços costuma então disponibilizar aos seus clientes e como é que poderemos contactá-la para esse efeito?

Cláudia Oliveira: É basicamente o que disse em cima. Através do meu site podem diretamente marcar uma reunião comigo consoante a minha disponibilidade. Também me podem contactar através do email e/ou pelas redes sociais, neste último não sou tão célere confesso, preciso de melhorar isso.

Depois da reunião ter sido agendada, envio sempre um questionário para perceber o que o cliente procura e principalmente se eu sou a pessoa ideal para tal e só depois dessa nossa primeira reunião e do preenchimento do questionário é que eu envio o orçamento. Parece muito tempo, mas normalmente (salvo algumas excepções) fica tudo feito em 72 horas!

Já fiz trabalhos fora do mundo da gastronomia, principalmente na área do storytelling, mas prefiro focar esse nicho no meu site. Gastronomia é o que me move!  

10. Para terminar: quer descrever-nos alguma receita, bem como recomendar aquele sítio especial onde gostou mais de visitar e de comer entre amigos ou família até hoje?

Cláudia Oliveira: Bem, eu acabei de regressar de umas férias na zona da Salema no Algarve e recomendo muito o restaurante “O Lourenço”. Peixe fresco (adoro peixe!), comida maravilhosa, restaurante tranquilo e staff muito simpático, vale mesmo a pena. 


(texto escrito por Mónica Rebelofundadora da Revista P´rá Mesa)


4 comentários:

  1. Excelente entrevista, magnïficas fotos, uma pessoa muuuuito interessante.
    Opinião do Jack.

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    1. Muito obrigada pelo seu comentário e atenção que brevemente irão ser publicados textos de autoria de uma das mais recentes Autoras Convidadas da Revista P´rá Mesa, Cláudia Oliveira, não perca!
      Mónica Rebelo,
      fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pt
      e detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt

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  2. Fabulosa esta eterna "miúda" ! Resmas de talento e criatividade, adorei a entrevista !!!!

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    1. Muito obrigada pelo seu comentário e atenção que brevemente irão ser publicados textos de autoria de uma das mais recentes Autoras Convidadas da Revista P´rá Mesa, Cláudia Oliveira, não perca!
      Mónica Rebelo,
      fundadora da Revista P´rá Mesa em www.pramesa.pt
      e detentora do Blog Cozinha Com Rosto em www.cozinhacomrosto.pt

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