quarta-feira, 26 de junho de 2024

Paixão pela Hospitalidade: Reflexões de Alguém Apaixonado pela Hotelaria - PARTE 2

Parte 2



A Evolução da Hotelaria e Restauração

A Hotelaria, Restauração e Similares é uma indústria focada em bem servir e bem receber. Pormenores são cruciais para diferenciar estabelecimentos e manter a sua unicidade. Com o tempo, muitos desses detalhes têm-se perdido, afetando a qualidade do serviço. Embora as classificações legais devam ser mantidas, há práticas que elevam o serviço diário, como os "miminhos" para os clientes, que não precisam de ser exclusivos de estabelecimentos de alta classificação.

Surpreender os clientes com pequenos gestos pode fidelizá-los sem custos significativos. A atenção às crianças, por exemplo, melhora a experiência dos pais. A flexibilidade e a disponibilidade são essenciais; respostas como "o que está no menu é o que é" são inadequadas. Oferecer opções como legumes em vez de batatas fritas ou incluir fruta nas sobremesas são pequenos ajustes que fazem diferença.

Cobrar por acompanhamentos simples ou não oferecer sumos naturais espremidos na hora pode impactar negativamente a satisfação do cliente. A decoração e a apresentação dos funcionários também são importantes; detalhes como fardas adequadas e higiene são cruciais. A falta de formação adequada e a desatenção ao cliente, muitas vezes resultante de distrações com telemóveis, são problemas comuns.

Os empresários devem valorizar a formação contínua e prática, reconhecendo que a experiência teórica não substitui a prática real no terreno. 

Preservar a Autenticidade da Gastronomia Portuguesa

Com uma visão global, assisti à crescente influência de cozinhas estrangeiras em Portugal. Defendo a diversidade gastronómica, mas lamento que os nossos restaurantes estejam a adaptar-se excessivamente ao gosto dos turistas, perdendo a essência da culinária portuguesa. A francesinha, o bacalhau e o pastel de nata, por exemplo, têm sofrido alterações que desvirtuam a tradição.

Embora a inovação seja bem-vinda, a descaracterização da nossa identidade culinária em nome do turismo é preocupante. A globalização trouxe benefícios, mas também a tentação de diluir a nossa cultura. É crucial valorizar a autenticidade dos nossos pratos e oferecer ao mundo uma experiência genuinamente portuguesa. A nossa gastronomia, rica e variada, não precisa de artifícios.

Países como Itália e França mantêm firmemente as suas tradições culinárias, enquanto em Portugal sentimos a necessidade de nos adaptar. Devemos promover uma revolução gastronómica que preserve os nossos pratos tradicionais e eduque sobre a nossa cozinha. A autenticidade deve ser um trunfo, não um obstáculo. Tanto turistas estrangeiros quanto portugueses merecem saborear a verdadeira cozinha portuguesa, que é apreciada pela sua autenticidade e riqueza.

Promovendo a Excelência no Turismo

Reconheço que não sou infalível e valorizo o debate e a aprendizagem contínua. Encorajo todos a analisar criticamente as minhas sugestões e adaptá-las aos seus contextos. Sonho com um setor onde a paixão e a dedicação iluminem cada interação, transformando a hospitalidade numa vocação genuína. Saliento a importância de promover valores nobres e práticas sustentáveis, elevando os padrões do turismo em Portugal. Defendo a necessidade de um serviço de qualidade, focado no cliente e sustentado por uma equipa bem treinada. Destaco o valor da experiência prática e da formação contínua, bem como a inclusão de profissionais mais experientes. Apelo às empresas para reconhecerem o valor dos seus colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo e equitativo. A excelência na hotelaria e restauração requer atenção aos detalhes, flexibilidade e um compromisso com a comunidade e a sustentabilidade, garantindo um futuro promissor para o setor.

Num mundo muitas vezes moldado pela descrença nos ideais nobres, mantenho-me firme na convicção de que a minha visão, por mais utópica que possa parecer, promete um bem maior. Acredito profundamente numa energia benevolente capaz de delinear caminhos mais sólidos e verdadeiros para todos. Esta crença é um ato de resistência contra o cinismo da sociedade. A utopia que persigo não é um mundo perfeito, mas sim um lugar onde a bondade, compaixão e justiça são alicerces da nossa existência comum. Perante os desafios e incertezas, é fácil render-se à ideia de que a utopia é inatingível. Todavia, é precisamente nesses momentos que a necessidade de perseguir um bem maior se torna mais urgente. Acreditar num bem maior não significa ignorar as realidades difíceis. Significa enfrentá-las com coragem, alimentando a convicção de que cada ação compassiva contribui para a construção de um mundo mais humano. Assumo, com orgulho, o rótulo de utopista, pois é na utopia que encontro a força para resistir à apatia ou pessimismo. Acreditar num bem maior é plantar sementes de esperança e agir como força motriz para a mudança positiva. Devemos reconhecer que a procura por um bem maior nos une e impulsiona a criar um mundo melhor para todos.

Como mencionei anteriormente, este artigo é uma compilação de reflexões e insights que compartilhei em artigos anteriores.

Para ler os artigos na íntegra, convido-o a visitar a minha página Maria Delfina Gama aqui no www.pramesa.pt


Sinta-se à vontade para entrar em contacto comigo através do Linkedin, Facebook e Instagram. Estou ansiosa para ouvir as suas opiniões e trocar ideias sobre a paixão pela hotelaria e pela excelência no serviço.


(texto da autoria de Maria Delfina Gama)

 


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